AVALIAÇÃO CLÍNICA E TOXICOLÓGICA DE CABELEIREIROS EXPOSTOS DIRETAMENTE AO FORMALDEÍDO

Autores

  • Gabriela Campos FILGUEIRA
  • Luana Oliveira MENDES
  • Luana Oliveira Mendes

Resumo

O formol é uma solução de formaldeído e metanol que possui ampla finalidade, utilizado em diversas áreas industriais elaboratoriais. A toxicidade e as alterações patológicas ocasionadas pela exposição ao formaldeído são potencializadas devido à utilização indiscriminada da substância em formulações cosméticas para escovas progressivas. Este trabalho teve como objetivos discutir os efeitos tóxicos ocasionados pela exposição ao formaldeído e avaliar o perfil clínico e toxicológico de profissionais de salões de beleza da cidade de Luz – MG. O teste toxicológico apontou relação significativa entre o número de procedimentos realizados por semana e a concentração de ácido fórmico na urina. Apesar de os exames clínicos não apresentarem alterações significativas, não se deve descartar a hipótese de que o formaldeído é prejudicial aos indivíduos expostos, pois o quadro clínico pode vir a mudar com o passar dos anos. São necessários estudos com um maior número de voluntários para criação de um perfil clínico padrão para os profissionais da região. O monitoramento da saúde clínica de cabeleireiros pode ser útil para diminuir os danos causados pela exposição ocupacional ao formaldeído, mas além disso é preciso que haja uma conscientização a respeito da utilização de produtos com potencial carcinogênico.

Referências

ABRAHAM, L. S. et al.Tratamentos estéticos e cuidados dos cabelos: uma visão médica (parte2). Surgical & Cosmetic Dermatology. 2009; 1(4):178-185.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Escova progressiva, alisantes e formol. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/alisantes/alisante_formol.htm. Acesso em 22 de agosto de 2014.

ATSDR - Agency for Toxic Substances and Disease Registry. Toxycological profile for formaldehyde. Atlanta: U.S. Department of Health and Human Services, Public Health Service; 1999.

AZEVEDO, F. A. CHASIM, A. A. M. As bases toxicológicas da ecotoxicologia. São Carlos (SP): Rima Editora; Interfox; 2009, p.127-129.

BINETTI, R.; COSTAMAGNA, F. M.; MARCELLO, I. – Development of carcinogenicity classifications and evaluations : the case of formaldehyde.Annali dell’Istituto Superiore di Sanità. 42 : 2 (2006) 132-143.

BRASIL. Diário Oficial da União – Ministério do Trabalho em Emprego. Seção 1, nº 194, pág.140; 8 de outubro de 2014. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=140&data=08/10/2014. Acesso em 11 de outubro de 2014A.

DAYSEY, J.M.; ANGELL, W.J.; APTE, M.G. Indoor air quality, ventilation and health symptoms in schools: an analysis of existing information. Indoor Air. 2003;13:53–64.

FREEMAN, L.E.B. et al.Mortality from lymphohematopoietic malignancies among workers in formaldehyde industries: the National Cancer Institute Cohort. J Natl Cancer Inst. 2009 May 20;101(10):751-61.

GRAY, J. Hair care and hair care products. Clinics in dermatology 19 (2): 227-236, 2001.

HALPTMANN, M.et al.Mortality from lymphohematopoietic malignancies among workers in formaldehyde industries. J Natl Cancer Inst. 2003 Nov 5;95(21):1615-23.

HALPTMANN, M.et al. Mortality from lymphohematopoietic malignancies and brain cancer among embalmers exposed to formaldehyde. J Natl Cancer Inst. 2009 Dec 16; 101(24): 1696–1708.

HANSEN, J. ; OLSEN, J. H. – Occupational exposure to formaldehyde and risk of cancer. Ugeskrift for Laeger. 158 : 29 (July 1996) 4191-4194.

IARC - International Agency for Research o Cancer. Formaldehyde, 2-Butoxyethanol and 1-tert-Butoxypropan-2-ol. IARC Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risk to Humans – Lyon, França. Vol. 88, 2006.

INCA – Instituto Nacional de Câncer. Formol ou Formaldeído. Rio de Janeiro (RJ). Disponível em: URL: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=795. Acesso em: 20 ago 2014A.

IPCS INCHEM – OECD SIDS : formaldehyde. Paris : UNEP, 2004.

LORENZINI, S. Efeitos adversos da exposição ao formaldeído em cabeleireiros. Programa de pós-graduação em Ciências Pneumológicas; Faculdade de Medicina – Porto Alegre; 2012.

LORENZINI, S. Percepção dos cabeleireiros sobre a toxicidade do formaldeído. Trabalho de Conclusão de Curso em Especialização em Saúde Pública; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Porto Alegre; 2010.

MACAGNAN, K.K. et al.Sinais e sintomas da toxicidade do formaldeído em usuários de produtos alisantes capilares. Cadernos da Escola de Saúde, Curitiba, 4: 46-63 vol.1 ISSN 1984 – 7041.

MENDES, L.O. Avaliação da presença do ingrediente ativo formaldeído em formulações cosméticas empregadas para alisamento capilar.Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Farmácia). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Alto São Francisco; Luz/MG, 2014.

MENDES, R. Patologia do Trabalho. 2ª Ed. atual. e ampl. – São Paulo: Editora Atheneu, 2007, p. 1924.

NACIONAL RESEARCH COUNCIL. Committee on aldehydes, formaldehyde and other aldehydes. Washington: National Academy of Science Press 1981.

PAGANO, M.; GAUVREAU, K.Princípios de Bioestatística. São Paulo: Thomson, 2004.

PIERCE, J.S. et al. Characterization of formaldehyde exposure resulting from the use of four professional hair straightening. Product Journal of Occupational and Environmental Hygiene. V.8. Issue. 2011. p .686-699.

PINKERTON, L.E.; HEIN, M.J.; STAYNER, L.T. Mortality among a cohort of garment workers exposed to formaldehyde: an update. Occup Environ Med. 2004 Mar;61(3):193-200.

R Core Team (2016). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. URL. https://www.R-project.

Publicado

2018-06-18