ALUNO COM DEFICIÊNCIA: EDUCAÇÃO ESPECIAL OU INCLUSIVA?

Cândida Corrêa Cortes Carvalho, Mariano Henrique Campos

Resumo


Objetivo: Indicar o mais eficiente Sistema de Educação para os alunos com deficiência: Educação Especial ou Educação Inclusiva. Métodos: A metodologia usada foi a qualitativa. Este trabalho visa, em princípio, levantar o problema, questionar, motivar a família e a sociedade; cobrar participação e resultados, inclusive das autoridades competentes; analisar tudo que se diz respeito ao problema em questão; buscar normas e diretrizes, subsídios capazes de apontar um caminho viável, de inclusão sócio educacional do portador de alguma deficiência, através da Educação Especial ou da Educação Inclusiva, na Escola Regulamentar ou não. Este procedimento irá aproximar as pessoas mais capacitadas das menos capacitadas e inserindo-as na sociedade onde vivem, dando-lhes oportunidade de serem úteis e produtivas no mercado de trabalho dentro de suas qualificações, conscientes de seus direitos e deveres. Resultados: Percebe-se que as deficiências e limitações, constituem barreiras à inserção na sociedade, no trabalho e na própria família. É um problema de ordem sócio-político, religioso, educacional e econômico, que vem dos primórdios da humanidade e resulta nos mais diferentes fatores que vão do preconceito à marginalização, da superação ao sucesso. Uma viagem, do passado aos dias atuais, trouxe uma visão de como foi vista e tratada a pessoa com deficiência. Conclusão: Não bastam leis, acordos e decretos impositivos. Urge dar ao aluno com deficiência a Educação a que que ele faz jus. A Escola Regular e Inclusiva de Ensino se adequem às exigências legais; professores e profissionais envolvidos sejam habilitados e devidamente treinados; os currículos, adaptados de acordo com as deficiências e limitações individuais dos alunos; a acessibilidade às informações e conhecimentos cheguem ao aluno, de fato e por direito e satisfaça as suas necessidades. Através da Educação Especial no contraturno, receba a assistência terapêutica e desenvolva as atividades recomendadas por profissionais de saúde e área social, dentre outras. Tenha ainda, a devida assistência didático pedagógica e monitoramento no reforço à informação e conhecimento. Que as Políticas Públicas referentes à educação de pessoas com deficiência sejam efetivamente voltadas à formação integral e às necessidades individuais desse grupo e jamais vise a satisfazer interesses político-partidários, como vem ocorrendo.

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