O USO DE PSICOESTIMULANTE POR ESTUDANTES NO ENSINO SUPERIOR: REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE A PREVALÊNCIA DO METILFENIDATO NO BRASIL

Heloisa Ribeiro dos SANTOS, Tales Renato Ferreira CARVALHO, Ângela OLIVEIRA

Resumo


O presente estudo aborda a questão sobre como estaria a situação do uso de psicoestimulantes, sobretudo do metilfenidato, na comunidade acadêmica. Observando-se os registros de um crescimento histórico e expressivo do uso deste medicamento no Brasil (2009 - 2011), que compreende o período em que estudantes do ensino fundamental e médio, principais usuários do produto, vivenciaram seus estudos. Prospectou-se que eles se encontrariam na universidade atualmente - o que geraria um resultado cumulativo esperado. O fenômeno do uso deste medicamento como um gadget - com intenções de intensificar as capacidades humanas na busca por melhorias cognitivas por indivíduos reconhecidamente sadios, poderia hipoteticamente contribuir com significativos resultados esperados. Esta pesquisa teve como objetivo determinar a prevalência do uso de metilfenidato pela população universitária brasileira, a fim de possibilitar o norteamento de políticas envolvidas. Em termos metodológicos, optou-se por uma revisão sistemática. Concluiu-se que a prevalência do uso do metilfenidato, indiferente de prescrição, seria em média de 0,9% desta população no Brasil, com uma tênue possibilidade analítica devido ao número reduzido de dados disponíveis em publicações, o que gera uma necessidade de maiores investigações de estudos que utilizem fontes primárias e sendo importantes futuras avaliações que possibilitem determinar mais precisamente esta ocorrência em distintos locais e regiões em que não seja generalizada. O levantamento realizado aponta novas possibilidades e necessidades investigativas, a fim de responderem se o aumento vertiginoso dos diagnósticos clínicos e do consumo do metilfenidato estaria limitado apenas ao ensino fundamental e médio, não atingindo expressivamente o superior.

 


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