AVALIAÇÃO TOXICOLÓGICA DE FRENTISTAS EXPOSTOS DIRETAMENTE A COMBUSTÍVEIS AUTOMOTIVOS DA CIDADE DE LAGOA DA PRATA – MG

Ana Cláudia RABELO, Amanda Santos CARVALHO, Gabriela Silva CASTRO, Sebastião Daniel Guarino de OLIVEIRA, Tales Renato Ferreira CARVALHO, Gabriela Campos de Oliveira FILGUEIRA

Resumo


A exposição ocupacional a substâncias tóxicas é um assunto de extrema relevância, pois seu monitoramento pode evitar os males que esses toxicantes causam ao trabalhador. O objetivo desse estudo foi avaliar o nível de exposição ocupacional de frentistas ao benzeno e tolueno, componentes da gasolina. O presente estudo foi realizado no município de Lagoa da Prata-MG, no período de Maio a Agosto/2016, com frentistas de postos de combustíveis. Participaram da pesquisa cinco postos de combustíveis e quatorze frentistas foram selecionados. As amostras foram coletadas no final do terceiro dia de trabalho consecutivo, após seis horas de exposição no dia da coleta. As dosagens de ácido trans, trans-mucônico (ATTM) e ácido hipúrico (AH) foram realizadas por laboratório particular, pelo método Cromatografia Líquida de Alto Desempenho (CLAE). Todos participantes eram do sexo masculino, 36% tinham entre 20 a 29 anos, 50% dos voluntários fumavam, mais de 70% consumiam bebidas alcóolicas e 64% dos entrevistados trabalhavam a menos de cinco anos como frentista. Todos os voluntários apresentaram níveis de ATTM e AH abaixo dos valores de referência para ambos. Os dados observados sugerem que cidades com menor fluxo de automóveis e, consequentemente, menor número de abastecimentos, há menor exposição aos toxicantes.


Texto completo:

PDF

Referências


AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS (ANP). Consultas: postos revendedores de combustíveis. Permite consultar a regularidade do estabelecimento. Também pode ser emitido o Certificado de Autorização de Posto Revendedor, o qual atesta sua situação perante terceiros. 2017.

ARAÚJO, E. C. Níveis de trans, trans-mucônico na urina como biomarcador de exposição ao benzeno e alterações hematológicas na população do bairro Piquiá de Cima, Açailândia – MA. 2015. 89 p. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública e Meio Ambiente) – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2015.

ARCURI, A. S. A. et al. Efeitos da exposição ao benzeno para a saúde. São Paulo: Fundacentro, 2012. 52 p.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Redação dada pela Portaria GM nº 3.214, de 08 de junho de 1978.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria n. 34, de 20 de dezembro de 2001. Dispõe sobre a regulamentação dos procedimentos relativos à vigilância da saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 dez. 2001. Seção 1, p. 206.

BRONDEAU, M. T. et al. Evaluation of the interaction of benzene and toluene

on the urinary excretion of t,t-muconic acid in rats. Toxicology Letters, v. 61, n. 1, p. 311-316, mar. 1992.

CAMPOS, M. A. A. Teste Cometa: validação do método e avaliação da exposição ocupacional ao benzeno presente na gasolina através dos biomarcadores de exposição e genotoxicidade. 2013. 78 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.

CERQUEIRA, G. S. et al. Exposição ocupacional a gasolina - um estudo transversal. Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 6, n. 1, p. 05-14, fev. 2013.

CHUST, R. B. Introdução à cromatografia de líquidos (HPLC). Boletim da Sociedade Portuguesa de Química, v. 2, n. 39, p. 43-53, mar. 1990.

COSTA, M. de F. B. da. Estudo da aplicabilidade do ácido trans,trans-mucônico urinário como indicador biológico de exposição ao benzeno. 2001. 124 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2001.

COUTRIM, M. X.; CARVALHO, L. R. F. de; ARCURI, A. S. A. Avaliação dos métodos analíticos para a determinação de metabólitos do benzeno como potenciais biomarcadores de exposição humana ao benzeno no ar. Quím. Nova, São Paulo, v. 23, n. 5, p. 653-663, out. 2000.

D’ALASCIO, R. G. et al. Sintomas relacionados à exposição ocupacional ao benzeno e hábitos ocupacionais em trabalhadores de postos de revenda de combustíveis a varejo na região sul de Santa Catarina. Rev. Bras. Med. Trab., v. 12, n. 1, p. 21-29, mar. 2014.

DOLENGA, C. J. R. Determinação de toxinas urêmicas em amostras biológicas por Cromatografia Líquida de Alto Desempenho (HPLC). 2016. 65 f. Dissertação (Mestrado em Microbiologia, Parasitologia e Patologia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2016.

GONZALEZ, K. C. et al. Estudo retrospectivo dos níveis de ácido hipúrico urinário em exames de toxicologia ocupacional. Ciênc. saúde coletiva. Rio de Janeiro, v. 15, supl. 1, p. 1637-1641, jun. 2010.

GRENDELE, G. L.; TEIXEIRA, M. L. Avaliação de ácido hipúrico como biomarcador de exposição ocupacional em trabalhadores de postos de combustíveis. Rev. Saúde e Pesquisa. v. 2, n. 3, p. 319-324, set./dez. 2009.

GUTERRES, R. de F. F. Análise por Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência (CLUE) de amostras urinárias de trabalhadores expostos ocupacionalmente a solventes orgânicos em uma indústria no município de Maravilha-SC, Brasil. 2010. 66 f. Monografia (Graduação em Farmácia) - Universidade Comunitária Regional de Chapecó, Chapecó, 2010.

HONÓRIO, T. C. de D. Validação analítica de método em HPLC-PDA para avaliação do perfil de exposição a solventes orgânicos aromáticos em comunidade universitária. 2013. 83 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde). Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATÍSTICA (IBGE). Cidades. Apresenta informações sobre todos os municípios do Brasil. 2017.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA). Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho. Rio de Janeiro: INCA, 2012. 187p.

INOUE, O. et al. Urinary t,t-muconic acid as an indicator of exposure to benzene. British Journal of Industrial Medicine. v. 46, n.1, p. 122-127, fev. 1989.

JAVELAUD, B. et al. Benzene exposure in car mechanics and road tanker drivers. Int arch occup environ health. v. 71, n. 4, p.277-283, jun. 1998.

KATO, M.; GARCIA, E. G.; WUNSCH FILHO, V. Exposição a agentes químicos e a saúde do trabalhador. Rev. bras. saúde ocup. São Paulo, v. 32, n. 116, p. 06-10, dez. 2007.

MARQUES, T. B. Caracterização do risco ocupacional em frentistas da cidade de Campina Grande/PB. 2011. 17p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2011.

MARTINS, I. Determinação do ácido trans, trans-mucônico urinário por cromatografia líquida de alta eficiência visando a biomonitorização de trabalhadores expostos ao benzeno. 1999. 102p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

MARTINS, I; SIQUEIRA, M. E. P. B. de. Determinação do ácido trans, trans-mucônico em urina: validação de um método analítico por cromatografia líquida de alta eficiência. Rev. Bras. Cienc. Farm., São Paulo, v. 38, n. 2, p. 205-213, abr./maio/jun. 2002.

MARTINS, I.; SIQUEIRA, M. E. P. B. de. Trans, trans-muconic acid in urine amples collected in three periods from benzene handling workers in a Brazilian refinery. Rev. Bras. Cienc. Farm., São Paulo, v. 40, n. 2, p. 197-201, jun. 2004.

MELIKIAN, A. A.; PRAHALAD, A. K.; HOFFMANN, D. Urinary trans,trans-muconic acid as an indicator of exposure to benzene. Cancer epidemiology, biomarkers and prevention, v. 2, n. 1, p. 47-51, jan./feb. 1993.

MENEZES, M de. et al. Influência do hábito de fumar na excreção urinária do ácido

trans, trans-mucônico. Rev. Bras. Cienc. Farm., São Paulo, v. 44, n. 3, p. 459-464, jul./ago./set. 2008.

MORO, A. M. et al. Early hematological and immunological alterations in gasoline station attendants exposed to benzene. Environmental Research, v. 137, n. 1, p. 349-356, jan. 2015.

PAULA, F. C. S de. et al. Avaliação do ácido trans, trans-mucônico urinário como biomarcador de exposição ao benzeno. Rev. Saúde Pública, v. 37, n. 6, p. 780-785, dez. 2003.

R Development Core Team. R: a language and environment for statistical computing. Vienna: R Foundation for Statistical Computing, 2016.

SAHRI, M.; WIDAJATI, N. Evaluation of toluene exposure in workers at industrial area of Sidoarjo, Indonesia by measurement of urinary hippuric acid. Asia Pacific Journal of Medical Toxicology. v. 2, n. 1, p. 145-149, dez. 2013.

SILVA, F. L. do N. et al. Determinação de benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos em gasolina comercializada nos postos do estado do Piauí. Quim. Nova, São Paulo, v. 32, n. 1, p. 56-60, jan. 2009.

SIQUEIRA, M. E. P. B. de; PAIVA, M. J. N. Hippuric acid in urine: reference values. Rev. Saúde Pública, v. 36, n. 6, p.723-727, dez. 2002.

VIOLANTE, F. S. et al. Lack of correlation between environmental or biological indicators of benzene exposure at parts per billion levels and micronuclei induction. Enviromental Research, v. 91, n. 3, p. 135-142, mar. 2003.

WEISEL, C. P. Benzene exposure: An overview of monitoring methods and their findings. Chemico-Biological Interactions, v. 184, n. 1, p. 58-66, mar. 2010.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Revista Acadêmica Conecta Fasf - ISSN: 2525-3158
FASF - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Alto São Francisco | www.fasf.edu.br | 37 3421.9006